sexta-feira, 1 de abril de 2011

Convite indesejável para ficar depois do fim do mundo

De repente, estava em um bote, na Praia Grande, São Paulo. Três amigos curiosamente também o acompanhavam. Não sabia como havia chegado até ali, nem conseguia explicar a presença daquelas pessoas junto com ele.

Era possível ver a praia com bastante nitidez. Não estavam, afinal, tão longe assim. Via crianças brincando na 'beradinha' da água; muitas porções de camarão, dezenas de peladas e 'peladas', carrinhos de sorvete, sambão na orla...

Foi apenas o tempo de olhar para o mar, mais uma vez para praia, outra vez mais para o mar. A onda veio! Gigantesca, monstruosa, espetacular... Levantou o bote uns quatro metros. O bote voltou faceiramente para a posição em que se encontrava antes da onda. Irritantemente intacto.

A onda seguiu para praia, feito um psicopata. Certa de que causaria, mas nem por isso alterada. Mataria a todos sem sombra de dúvida. Não sobraria coisa alguma em seu lugar.

Por que ele estava ali, no bote, a salvo? Afinal, assistia à devastação do mundo assim? Como que de camarote?

Alguns segundos, alguns menos, menos, menos...

Ele estava ali! Vivo! Respirando! Presenciando o fim, mas absolutamento vivo e sem perspectivas de morrer...

Estranho... muito estranho.

Nos vemos.

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