sábado, 10 de dezembro de 2005

Perdoem-me o meu deslixo pela falta de atualização na quarta. Última semana de aula.

Despedidas...

“And so it is...”

Do alto do mundo, sinto-me pequeno. Não sou um bixinho; quase que já não sou criança também. Não moro mais com meus pais. Não durmo no quarto com meu irmão. Vejo pouco minha namorada. Não uso o chuveiro de casa.
E Campinas? Campinas é a vida universitária, e quem sabe a profissional. É o saber acadêmico pulsando pela divulgação. É o mundo à minha espera. Instituto de estudas da linguagem, simpósios, colóquios, tumulto de entrudo sem drenagem, resenhas, reitores, docentes, auditórios, tradutores...ciência... É o colega de quarto, é a amiga de sala, é a balada de terça, o bar de quarta, a madrugada invertida, o interurbano de sexta, o choro, a satisfação, o miojo, a saudade.

“And so it is…”

Encontrava-me quieto. Atento à cada nome, à cada pessoa, à cada situação. Dispunha-me a querer conhecer tudo, tanto a universidade quanto a nova casa. Os lugares cheiravam futuro, a atmosfera não era a da Terra. Eu, no entanto, era o mesmo. E talvez por isso, a adaptação tenha sido tão difícil.
Contudo o ano terminou. Nada de Pousada do Sol, nada de Terminal Barão, nada de IEL, nada de Cristália, nada de Cometa, na de Raphael, nada de Anderson, nada de Rubens, nada das meninas... o ano terminou quando eu finalmente me senti em casa.

“And so it is...”

Estávamos na sala. Sabíamos as próximas ações: palavras de amizade, de agradecimento, um forte abraço e boa sorte pra todos. Mas como me custou! Delegar apenas à memória a responsabilidade de guardar tudo que ouvi e que tanto me fez aprender não era exatamente o que eu queria.

“And do it is…”

Estávamos na frente da biblioteca. Sabíamos o que deveria ser feito: um forte abraço, pronúncia de boas férias, boas festas, e ano que vem “é nóis nas fritas”. Mas como foi custoso! Olhos úmidos, a boca sem palavra, o ouvido ouvindo trilha sonora de despedida. Na primeira vez, sob o olhar do sol; na segunda aos olhos da lua.

“And so it is…”

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

“And so it is...”

Depois da curva, vislumbro o conforto do seio familiar. Não serei o mesmo; nunca mais, nem poderia, nem gostaria. Santo André, parques, trabalhos, curtição, muito amor, muito carinho. Carinho daqui, carinho pra lá.

A festa começou...

Felicidades Eternas e, nos vemos.