sábado, 10 de dezembro de 2005

Perdoem-me o meu deslixo pela falta de atualização na quarta. Última semana de aula.

Despedidas...

“And so it is...”

Do alto do mundo, sinto-me pequeno. Não sou um bixinho; quase que já não sou criança também. Não moro mais com meus pais. Não durmo no quarto com meu irmão. Vejo pouco minha namorada. Não uso o chuveiro de casa.
E Campinas? Campinas é a vida universitária, e quem sabe a profissional. É o saber acadêmico pulsando pela divulgação. É o mundo à minha espera. Instituto de estudas da linguagem, simpósios, colóquios, tumulto de entrudo sem drenagem, resenhas, reitores, docentes, auditórios, tradutores...ciência... É o colega de quarto, é a amiga de sala, é a balada de terça, o bar de quarta, a madrugada invertida, o interurbano de sexta, o choro, a satisfação, o miojo, a saudade.

“And so it is…”

Encontrava-me quieto. Atento à cada nome, à cada pessoa, à cada situação. Dispunha-me a querer conhecer tudo, tanto a universidade quanto a nova casa. Os lugares cheiravam futuro, a atmosfera não era a da Terra. Eu, no entanto, era o mesmo. E talvez por isso, a adaptação tenha sido tão difícil.
Contudo o ano terminou. Nada de Pousada do Sol, nada de Terminal Barão, nada de IEL, nada de Cristália, nada de Cometa, na de Raphael, nada de Anderson, nada de Rubens, nada das meninas... o ano terminou quando eu finalmente me senti em casa.

“And so it is...”

Estávamos na sala. Sabíamos as próximas ações: palavras de amizade, de agradecimento, um forte abraço e boa sorte pra todos. Mas como me custou! Delegar apenas à memória a responsabilidade de guardar tudo que ouvi e que tanto me fez aprender não era exatamente o que eu queria.

“And do it is…”

Estávamos na frente da biblioteca. Sabíamos o que deveria ser feito: um forte abraço, pronúncia de boas férias, boas festas, e ano que vem “é nóis nas fritas”. Mas como foi custoso! Olhos úmidos, a boca sem palavra, o ouvido ouvindo trilha sonora de despedida. Na primeira vez, sob o olhar do sol; na segunda aos olhos da lua.

“And so it is…”

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

“And so it is...”

Depois da curva, vislumbro o conforto do seio familiar. Não serei o mesmo; nunca mais, nem poderia, nem gostaria. Santo André, parques, trabalhos, curtição, muito amor, muito carinho. Carinho daqui, carinho pra lá.

A festa começou...

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Faculdade! Um lugar de gente estranha

Por ordem cronológica:

A primeira se diz japonesa. Chapinha no cabelo, orkut na ponta dos dedos. Ela me achou. Numa noite tempestuosa, na qual o breu apoderava-se das únicas formas que se dispunham a ficarem visíveis. Eu estava sem rumo, buscando o meu lar. Foi quando da escuridão sombria me surge essa heroína do mato. Essa pessoa de pés de lama, mãos de barro, jeito rude, mas carinho intenso. Com ela descobri a terra do nunca. E com ela dividi as dores de um amor que não se vê, que não se toca. Se ser capial é ser como ela, preferiria que o mundo todo fosse interior.

A segunda colocou-se desde muito cedo ao meu lado. Sabe, caro leitor, aquelas mulheres que você sabe que por serem bonitas demais nunca serão suas amigas? Era uma dessas. No entanto, sempre à noite, durante as aulas, fui conhecendo-na, ilustrando o desenho que fiz dela. Não consigo entender como ela resiste a todas as intempéries da vida sem arregar para nenhuma. Na verdade, mesmo que ela não sinta, acho que dela emana a verdade absoluta, ou pelo menos uma capacidade de visualizar a alma do outro nos seus pormenores. Incrível!

A última, e não menos importante, tem-me ensinado como é difícil manter uma convivência sem conflitos. É impossível, na verdade! Pequena, aparentemente meiguinha, travo com ela discussões interessantíssimas e outras também nem tão interessantes assim. Aprendi que sei ser grosso e como é difícil ter uma pessoa que saiba resolver os problemas práticos de um trabalho acadêmico com um cara “grosso” do lado. Ela mostrou-me os conflitos práticos do relacionamento humano. E devo admitir com um sorriso no rosto que muito tenho aprendido com ela. Amigona, mas pequena!

Três mulheres e uma criança. Hora eu, hora ela, hora elas, hora nós. Trabalhos de última hora muito bem e outros mal feitos, acabados. Problemas com horários; desabafos constantes; corda no pescoço (no nosso!); algumas lágrimas vertidas. Dor, fome, frio e angústia!
“Todos juntos somos fortes”. Mundos separados, fragmentados, que se encontraram. Hoje trabalham juntos uma amizade, ainda em princípio, linda e duradoura...
Conheço muito pouco de vocês. Mas o suficiente para já lhes ter um carinho imenso.

Felicidades eternas e, nos vemos.

Visitem a última atualização do blog do Bh. O link encontra-se nessa página.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Muito impressionado e aliviado! É assim que me sinto quando da leitura da peça literária que se encontra baixo. Espero que gostem!

Declaração pessoal dos direitos mundanos
De Rosana Hermann.

Eu quero o direito de desligar o telefone sem responder ‘quem era’. Quero fazer cara feia pra quem peida dentro da minha faixa aérea. Quero pular os capítulos chatos dos livros que leio. Quero comer a casca da pizza que meu vizinho deixa no prato. Quero o direito de não ser boazinha, simpática, singela. Quero poder brincar de vaca amarela. Quero distância de todo mundo que é chato.

Quero gargalhar e soluçar no cinema durante comédias e dramas, não necessariamente nesta ordem. Quero o direito de cantar as letras do Djavan, certas ou erradas, junto com o cantor, no show, na televisão, no rádio e até mesmo no karokê, esteja ou não na minha vez. Quero o direito soberano de impedir que me cutuquem para falar comigo. Nenhum ser humano pode ser invadido em suas fronteiras físicas, psíquicas ou espirituais sem consentimento prévio e sem acordo anterior para decidir se a invasão será na sua ou na minha casa.

Quero o direito de errar sem receber um alerta do Windows.Quero escrever no blog todo dia, toda hora, sem me justificar. Quero parar de escrever sem explicar. Quero decidir e voltar atrás, quero prometer para mim mesma e não cumprir, quero me perdoar sem intromissões. Quero decidir ficar dez dias sem Internet e voltar no nono, ou no quarto, ou no segundo dia. Quero poder dizer que não estou quando meu corpo se faz presente, porque para mim ‘estar’ não é só fisicamente.

Quero não-patrulhar e não ser patrulhada. Quero não julgar e não ser julgada. Quero não pentelhar e não ser pentelhada. Quero amar e ser amada. Quero gozar e ser gozada. Quero publicar este parágrafo estúpido sem ser censurada. Quero poder ser estúpida, tanto quanto quero o direito de ser bacaninha. Quero poder cumprir todos os meus compromissos, quero o direito de me esforçar para ser o melhor que eu posso. Quero praticar tudo o que me dá prazer com ou sem talento. Ou não.

Quero acabar esta crônica logo, quero tomar banho, quero ir trabalhar, quero produzir, quero ler os comentários, quero quero quero. Sou cheia de quereres mundanos. Sou louca por direitos, humanos.

publicado no site http://blonicas.zip.net/, dia 24 de novembro de 2005

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005


Vestibulei! Agora, tô estudando...

"Como é a prova? Unicamp

- ela tem 12 questões dissertativas, duas de cada disciplina (matemática, física, química, história, geografia, biologia)
- uma redação
- a prova vale 120 pontos: 60 da redação e 60 das questões"

"Fuvest

Um vestibular mais interdisciplinar, mais enxuto e mais palatável é o que o candidato deve encontrar no processo seletivo deste ano da Fuvest. A afirmação é da diretora-executiva da fundação, Maria Thereza Fraga Rocco. ( Folha de São Paulo, 22/11/2005)"

Caminhava tranqüilo pelas calçadas do meu bairro. O final da manhã de domingo, dia este ensolarado, evidenciava o bater de folhas nas árvores, a caminhada dos aposentados, o final de expediente de quitandas e mercearias e lanchonetes.
Quando cheguei na escola, percebi-me ainda muito adiantado. A procura por um rosto conhecido, pois, foi inevitável. No entanto, esta só veio terminar muito tempo depois quando ao me chatear com o calor demasiado, fui obrigado a procurar abrigo nas sombras das árvores.
Gente atrasada fazendo gritaria na frente da escola, 12 questões dissertativas e uma redação cuja forma, carta, dissertação ou narração, ainda deveria optar. Naquele momento, incrível foi pensar que deveria resumir os esforços de três anos em quatro horas. Mas assim o fiz; e confesso que, para mim, frente a um caminho tão lastimoso de provas e mais provas, não poderia ter havido início melhor.
Depois vieram as Fuvests, as Vunesps, segundas fases, terças-feiras e esperas angustiadas, nas quais nem me considerava um secundarista, nem um vestibulando, nem um universitário. Perdi minha identidade para compor-me depois.
Maldito seja o vestibular, porta pequena pra casa grande, ingresso ridículo para um espetáculo grandioso. Das coisas que usei na prova, sobraram-me apenas memórias dispersas e fórmulas esparsas.
E hoje, um ano depois do meu processo seletivo, vejo tudo se iniciar novamente, entretanto agora me encontro na posição de expectador. [tom jocoso] “disserte sobre meios de transporte”. “Mas será que não seria melhor eu escrever o quanto detesto exercícios mínimos e complementares, a leitura dos intocáveis e a vestibulização de Guimarães Rosa?”.

Para os meus amigos que prestarão Fuvest no próximo domingo, muito boa sorte! Não fui capaz de derrotá-la ano passado, e às vezes me lastimo por isso. Mas quem se importa com isso hoje?
Tomem-se como senhores da prova e façam transbordar todo o conhecimento que acumularam. Prova nenhuma no mundo atreveria-se a não se curvar à segurança de um conteúdo sólido tão bem adquirido, a formação para a vida inteira!

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Viajando no voar do papel

Há uma semana, peguei-me com um grupo de amigos brincando de aviões de papel altas horas da noite. Eram desses modelos que, depois da decolagem e antes do pouso, brindam-nos com acrobacias e estripulias de literalmente tirar o fôlego e impor o sorriso, quando não, admiração.
Simples, pequenos e estranhos, estes aviões fizeram-me sentir o gostinho da liberdade no grau zero: sem instituições, sem corpo, sem asas; apenas alma e olhos na próxima curva. O vento que soprava fazia-me levitar e rodopiar pelo céu da rua Estrela Três Marias. Não era o presente que voava, mas também o ausente, o passado e o futuro. Passado de um ano atrás, futuro de um mês pra frente e presente de nem saber.
Quando o avião apontou para Campinas, aumentando minhas expectativas, logo se curvou para Assis, e rodou para Campinas novamente; quando rumou para o primeiro emprego, não se envergonhou de se virar apenas para a vida acadêmica; quando não sabia para que direção voar, manteve-se bem estabilizado aos olhos nipônicos; quando me levou longe dos meus amigos, trouxe-me perto de figuras de coração impressionante.
Teve os modelos que joguei e não voltaram; houve os que dei por perdido, mas, num ato de extrema ousadia acrobática, voltaram imponentes para a pista de pouso; confeccionei alguns defeituosos que voavam muito baixo; surpreendi-me com os tímidos, que pouca vontade tinham de voltar para a terra firme. Nessa variedade de modelos, espíritos e humor, encantei-me por um:

Quando do meio da nossa brincadeira, com um salto grande e praticamente mortal, fiz decolar esse um. E ele planou, e pairou, e girou, e curvou, e voltou, e tocou o céu; esta entidade que “não é um lugar e também não é um tempo”, e que mesmo abrigando a todos, não dá casa a ninguém. Ali, imagino eu, pela infinidade de segundos de demora do meu avião, fiquei a sentir o vento, a ver o tempo, a querer descanso, a desejar agito, a sentir trabalho, a querer amor.
O avião caiu. Eu, talvez, continue por lá.

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Muito boa vida para todos. Depois de um tempo de afastamento, ao meu ver, justificável pelo feriado prolongadíssimo da Unicamp e pelo aumento um tanto quanto excessivo de obrigações, acabado com o intervela de atualizações. Cabe, no entanto, avisar que o texto que se segue é baseado em acontecimentos da semana passada quando da minha ida à Botucatu.

Balada do amor inabalável

Pequenos atritos não proclamados, intensas alegrias escancaradas. Um feriado prolongado feito de descobertas descontínuas; e das cortinas, pendurado nos babados, surge os inesperados infiltrados na leveza dos momentos bobos; nas sutilezas das declarações, nos complexos das relações, no saber-me relacionado, no querer-me amado. Hoje tem festa no meu coração, tem balada na casa dos sentimentos, e eu já não sei se agüento mais badalações e tormentos num momento de pouca razão e muita emoção.

“Parei de escrever no meu blog porque eu ao quero tornar o meu espaço de reflexões, num cantinho de declarações.”
E foi assim que, com mais ou menos rimas, um grande amigo meu decidiu-se por tornar inativo um blog que o mesmo cultivava há mais de um ano. E eu, na contramão da sua intenção, venho registrar o já comprovado: o meu imenso amor por alguém especial. O que vou dizer, portanto, não deixa de ser uma declaração o que, para você, caro leitor, pode ser uma encheção.
“Algo de extraordinário aconteceu!”, pergunta-se o ledor mais ansioso. Não. Na verdade, passei incríveis 72 horas na feliz e acadêmica Botucatu.Muito bem recebido na República Tamar, vi as genuínas travessuras e gostosuras do dia das bruxas, rodeado por fadas. Muita mágica... “Acho é pouco!”, né, Dorré.
Contudo a descoberta mais fantástica não veio do “lots of fun” e sim do “Te quiero”. Como eu já disse, não que eu não soubesse, não que eu já não sentisse, mas os momentos banais, colocar minha comida ou prezar pelo meu conforto, por exemplo, mostraram o quanto sou amado e o quanto eu amo. E somente e especificamente pela minha namorada bonitinha, e sim e também pela minha grande amiga. Já de tantos anos, menina Mitiko mocinha.

Desculpem-me pela exposição de um assunto tão particular, mas era necessário que esse sentimento que perpassa o meu coração se concretizasse... em escrita, por meio de uma ação.

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Tubaína, cerveja na roupa e latinha no pé

Roupa nova, cabelo cortado, sorriso no rosto e família no carro. Mais um pouco e... pronto: muito beijo no rosto, muitos braços de abraços no corpo, muitos “como vai você?”.
Terminada a formalidades, parto para a demonstração das habilidades com a lata, marcando com estacas o tamanho exato do gol no portão do vizinho. Somos nós, meninos e meninas, irmãos pitchucos e primos pirralhos, correndo na imensidão de uma rua sem-saída com a saída até nossos corpos cansarem. E a tarde anda e o relógio voa, e é esconde-esconde, duro ou mole, pega-pega, ou, de novo, futebol sem bola com latinha. Lá dentro, com os adultos, o samba rola, jovem rebola a guarda, o sertanejo come, o forró arrasta e a tia chora... de tanto rir das palhaçadas do tio.
Se entro na casa, é com a única intenção de comer, rápido, um pão com lingüiça e engolir um copo (mentira; uns três copos!) de tubaína funada. Levo no caminho uns três chutes na bunda de um tio, respondo que “a escola vai bem” para uma prima crescida, e saio antes mesmo da porta terminar seu movimento de abertura, se é que ela estava fechada.
E vamos indo até a lua chegar, as histórias diminuírem, os olhos dormirem, o primo cochilar e para casa os pais desejarem ir.
Mais uma festa, mais um dia alegre, mais uma noite que dormirei bem.


Descrição rápida, simpática e nada idealizada daquilo que, para mim, deveria continuar sendo mais um evento corriqueiro na minha vidinha: reuniões de família. Natal, ano novo, férias de verão, carnaval, páscoa, dia das mães, dos pais, feriados ensolarados, aniversários de irmãos, primos, tios, da vó, da mãe, do pai, churrascos do nada, festinhas pra tudo.
E, no entanto, onde está a unidade familiar? Talvez na pluralidade dos equívocos e desentendimentos, bem como confusões e precipitações, da vida.
Tributo à família, órgão vivo e agonizante, e todas às suas feições genealógicas. Que um dia as pessoas possam ser felizes juntas, uma, de novo, e em família!


Felicidades Eternas e, nos vemos.

*algumas dicas: entrem no blog do Anderson e leiam o texto datado do dia 13 de outubro (muito bom) e no blog da Milene que é o último dos links de blogs. Vale a pena conferir!

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Revelando-me para o mundo

Estando às voltas com um trabalho muito interessante, li um livro que me esclareceu muitas dúvidas sobre a escrita e leitura virtual. Por esse motivo, gostaria, mais uma vez, de refletir sobre os motivos que levam as pessoas a fazerem weblogs.

“Quarta-feira, 08 de Maio de 2002.
::Perdida no Paraíso. Uma estranha no Paraíso::
Segundo o Strange Little Boy, só existem dois tipos de adolescentes que cultivam blogs. O primeiro tipo são os adolescentes que pretendem fazer faculdade de publicidade. O segundo são os adolescentes deprimidos. Eu não sou exatamente uma adolescente. Sou uma garotinha de vinte anos, um pouco deprimida e que por enquanto não pensa em fazer faculdade nenhuma. (...)”

Este fragmento foi tirado do extinto blog http://perdidanoparaiso.weblogger.com.br/

No entanto, como de costume, eu pergunto: hoje, quase no final de 2005, apenas adolescentes que pretendem fazer publicidade ou que estão deprimidos fazem blogs? Apenas adolescentes fazem blogs? Perguntas de respostas óbvias...
É interessante notar como esse fenômeno, chamado por muitos de diário virtual, tem-se alastrado rapidamente. Não me admira se, no Brasil, já estivéssemos na casa dos milhões de blogs. Mas quem são os criadores desses novos tipos de diários? Para quem se escreve? Para quê se escreve? Quem os lê? Seria exibicionismo dos autores? Exposição de reflexões introspectivas demais? Debate de idéias puramente? Troca de emoções?
As minhas justificativas para a criação desse blog já foram apresentadas no texto de abertura. Contudo, hoje não estou tão convicto se os objetivos que tracei para essa empreitada eram os que eu queria (e vejam que comecei com esse troço há pouco mais de um mês). O que de fato me levou, e nos leva, a criá-los? Necessidade do outro?
Espero que os amigos que influenciei e por quem fui influenciado a fazer um blog esclareçam essas dúvidas. A exposição da vida na internet é um assunto sério e exige reflexão.

Felicidades eternas e, nos vemos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Um pequeno texto para registrar um grande momento!

Amor por tempo suficiente para ser feliz

50 anos de um amor louco e incontrolável. Quantos milhões de beijos não umedeceram a minha boca sempre sedenta por uma paixão! Quantas milhares de noites pensando em maneiras de te fazer feliz? Quantas centenas de ocasiões solenes nas quais o nosso amor foi proclamado alto e publicamente! Quantas dezenas de vezes que te quis e não pude te ter ao meu lado. Qual será a minha próxima oportunidade de amar por 50 anos eternamente?
Formamo-nos em Letras e Zootecnia em 2009. Exercemos nas mais diversas instâncias as profissões que escolhemos ainda em 2004, quando, praticamente ainda crianças, prestávamos vestibular. Passamos, paralelamente a esses 50 anos de relação, pelas mais diferentes posições sociais: desde a confortável proteção financeira dos pais até o bem- consolidado patrimônio estruturado pelo suor do nosso trabalho.
Viajamos muito! Desde as intermináveis conversas filosóficas no parque Duque de Caxias até as grandes altitudes da Ásia. Conhecemos não só as belezas naturais do Brasil como também os corredores obscuros do pensamento do outro.
Nossos filhos hoje se apresentam pelo mundo. O mais velho mantem acesa a sua curiosidade pelos números e pela ilogicidade da lógica; a caçula vira o país a viajar com a sua companhia de teatro. 30 anos para um e 28 para a outra está bom para você? Já não são mais crianças há muito tempo!
E nós? Nós continuamos na estrada do envelhecimento ainda, e como sou feliz por isso, apaixonados, com saúde, e prontos para seguirmos como um casalzinho recém-formado.
Lembro-me do nosso primeiro aniversário de namoro: éramos ainda estudantes. Impressionante pensar que da jovem e lindíssima moça que você era, floresceu essa senhora deslumbrante por quem me apaixono todos os dias. Gostoso recordar os tempos malucos de juventude nos quais fomos felizes apenas por valorizar as complicações da vida.
Um ano de namoro naquela época me parecia muito, mas hoje vejo o quão rápida é a vida e como eu queria que esses nossos 50 anos de amor tivessem demorado as suas convencionais 5 décadas e não os apressados 365 dias!



Natalia Mitiko Aono,

eu te amo.


Guilherme Arantes - Êxtase

Eu nem sonhava te amar desse jeito
Hoje nasceu novo sol no meu peito

Quero acordar te sentindo ao meu lado
Viver o êxtase de ser amado

Espero que a música que eu canto agora
Possa expressar o meu súbito amor

Com sua ajuda tranqüila e serena
Vou aprendendo que amar vale a pena
Que essa amizade é tão gratificante
Que esse diálogo é muito importante

Espero que a música que eu canto agora
Possa expressar o meu súbito amor

Eu nem sonhava te amar desse jeito
Eu nem sonhava te amar desse jeito

Eu nem sonhava te amar desse jeito
Eu nem sonhava te amar desse jeito


Obrigado, caro leitor, pela leitura dessa declaração de amor. Se virem a moça citada nos escritos, avisem-na de que eu a amo e de que estou procurando por ela para abraçá-la.

Um ano de namoro com quem amo! Sem comentários.



Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Putz, Puto, Pop, Punk

1,84m de altura, 70 Kg de peso (ou seja, magro e alto). Essa é a primeira descrição que se pode fazer de Caramelo, um moço que ainda não é homem e um rapaz que tampouco é moleque.
Certo dia, ele foi numa balada. Mentira; ele foi à balada nos dias certos, errados, duvidosos e confusos. Desde algum tempo ele pontua a sua vida com diferentes agitações noturnas. Na última semana, no entanto, ele saiu cinco vezes. Número, diriam os seus conhecidos, surpreendente, pois ele é um moço calmo e, até certo ponto, caseiro.
Na primeira saída, Caramelo foi ao Café Cancun. Local de curiosa decoração: iguanas subindo pelas paredes, troncos fincados ao chão, música, durante uma boa parte da noite, latina, mulheres tontas pelos infindáveis giros que faziam numa cadeira de barbeiro, coisa de barman (mecanismo interessante para misturar a bebida pinga-da dentro da boca).
Na festa seguinte, Festa Brega, no Campinas Hall, evento que agitou a comunidade universitária de Campinas, o nosso rapaz viu a grandiosidade de uma balada temática: dois grandes ambientes, música do sertanejo ao já passado hit “gasolina”, jovens loucos bêbados e, é claro, cenas iminentes de sexo. Festa divertidíssima, pena que Caramelo esqueceu-se de estar lá.
Evento duplo: teatro cult e vanguardista num quarto escondido, num sebo fechado, nas proximidades do centro de Santo André; balada de alto nível, com banda de bom som, numa casa nobre na cidade do ABC Paulista. Caramelo aproveitou cada minuto dessa noite, dançando, cantando, conversando, chorando (de amor), andando etc.
Por fim, e para terminar em grande estilo, o rapaz, praticamente baladeiro, para variar a faixa etária dos ambientes que freqüentava, foi ao show do Guilherme Arantes ver as tiazonas verterem lágrimas com “Amanhã” e expurgar dos olhos o “Êxtase” que o dominava.
Caramelo terminou essa seqüência de eventos confuso com o seu estar no mundo. Ele não se identificou com nenhuma das tribos que conheceu nesses ambientes. Contudo ele adorou ir a todos esses lugares. Estranho, não?
Questionou a juventude e a maturidade, terminando por optar por nenhuma das duas. Agora ele procura alguém que lhe explique a confusão dos seus sentimentos, a insegurança da sua personalidade e a volatilidade de suas sensações. Pergunta-se constantemente se todo jovem é assim ou se é apenas uma frescura sua. Ele sabe o número de variáveis que constituem tal situação: amor longe, planos apenas projetados, não querer pelo não gostar, querendo, muitas vezes, pelo agradar.

Termino, contudo, sem o fim. Prefiro não adotar, nessa narrativa, a convenção de resolver os conflitos, situações-problema, do meu personagem central. Resolva quem puder, quem quiser.

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Um dia eu conversei de, com, para e sobre você. Será que foi bom?

Numa chácara. A grama um pouco úmida, o céu um pouco pálido, a música um pouco alta, eu um pouco triste. Dor de um amor quase, aparentemente, não correspondido. É quando me aparece alguém de quem já gostava, mas não sabia que poderia me ajudar tanto. Uma conversa sincera, inédita e docemente reconfortante.

Na extensão da Arcádia. De noite; prenúncio de aula. Os alunos nas salas, os pais bem longe, o restaurante ainda aberto, a rua quase deserta, a música em silêncio, eu angustiado. Sem emprego, sem uma ocupação integral. É quando eu apareço para alguém com quem já convivia mas não sabia o quão compreensiva era essa pessoa. Uma horinha e muito de palavras trocadas e desabafos largados foi o bastante para me devolverem a dedicação da qual se precisa para a construção e realização de um desejo.

Na Pousada do Sol. Na iminência da meia-noite. Início de semana, aniversário de gente, dia de aula, entrevista na faculdade, noite fria, atmosfera enigmática, eu reflexivo. É quando me aparece alguém com quem me dedico a filosofar sobre as mudanças da vida e sobre a vida de mim: o que é o aniversário? Quais são as intenções do tempo para conosco? O que há de tão esquisito entre o nascimento e a morte?

Exemplos mínimos de um corpus farto.

Com quem conversar quando estou triste?
Alegre?
De bom humor?
Desiludido?
Desesperado?
Decantado?
De cara pro chão?
De peito fechado?
Sozinho no salão?
Com mãos pro alto?
De vítima no assalto?
Com fendas no coração?
De lágrimas nos olhos?
De barriga vazia?
Com esperança tardia?

Para quem silenciar quando o meu objetivo é falar? Falar pra quê quando é o zumbido do silêncio que me resolve os conflitos? Conflitos onde se o apoio do meu amigo é a solução para o problema ainda não resolvido? Amigo pra quem se é antes só do que mal acompanhado?
Todos conversam sozinhos. Portas, plantas, ruas e ratos muitas vezes parecem melhores ouvintes do que um semelhante. No entanto, pergunto-me, já sabendo da resposta: quantas vezes não foi bom ouvir o alguém que se preocupa comigo, dizendo palavras carinhosas e ríspidas para a minha alma um tanto sem referência?

Felicidades Eternas e, nos vemos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Good Charlotte - The Chronicles Of Life And Death

You come in cold,
You're covered in blood,
They're so happy you've arrived
The doctor cuts your cord,
Hands you to your mom
She sets you free in to this life.

And where do you go?
With no destination,
No map to guide you
Wouldn't you know
That it doesn't matter
We all end up the same.

These are the Chronicles of life and death and everything between.
These are the stories of our lives,
As fictional as they may seem
You come in this world,
And you go out just the same.
Today could be the best day of your life.

And money talks in this world
That's what idiots will say
But you'll find out,
That this world
Is just an idiots parade
Before you go,
You've got some questions, and you want answers
But now you're old.
Cold covered in blood,
Right back to where you started from

These are the Chronicles of life and death and everything between.
These are the stories of our lives,
As fictional as they may seem
You come in this world,
And you go out just the same.
Today could be the worst day of your life.

These are the Chronicles of life and death and everything between.
These are the stories of our lives,
As fictional as they may seem
You come in this world,
And you go out just the same.
Today could be the best day of,
Today could be the worst day of,
Today could be the last day of your life.

It's your life, your life...


Não se pode calar quando as almas usam nossa língua como forma de expressão. Os comentários do último post devem ser lidos porque falam a uma instância ainda muito escondida dentro de nós mesmos. Angústias? Reflexão? Choro por meio de palavras? Significação da vida? Não sei o que tais "fragmentos de textos internos" são, no entanto, dizem muito, cada um no recorte que fez, daquilo que tenho sentido nas últimas semanas...talvez não seja apenas eu...

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Em primeiro lugar, muito boa vida para todos. Quero agradecer às postagens e espero que eu consiga atingir os objetivo que listei no "post" passado. Não, Mitiko, não será o texto que lhe falei, mas ele virá...

Onde (não) chorar?

É na rodoviária, talvez, que os destinos de muitas pessoas se encontram. É a rodoviária o momento no qual muitos caminhos se cruzam; no entanto, é da rodoviária, também, que todos seguem suas trilhas sem ter, na maioria dos casos, a percepção da trilha do outro.
Bem acomodado na poltrona de uma lanchonete, na rodoviária Tietê, pode-se encontrar os exemplos mais significativos para ilustrar a trajetória de uma vida:
(1) tem a madame elegante de olhar distante e enojado que afirma de forma objetiva a futilidade de muitos dos nossos discursos;
(2) o homem de terno e gravata que, sem dúvida, chegando de ou indo para uma viagem de negócios representa toda vontade de sermos pessoas importantes, úteis e estáveis tanto para e no meio social quanto, e acima de tudo, para nós mesmos;
(3) tem a criança de olhar perdido que mal consegue processar as cores ou mesmo a diversidade de lojas, e a qual assume o papel de instância que sonha inconscientemente e sabe, de uma certeza quase intrínseca, que verá seus planos concretizados.

Há um sem-número de tipos humanos que, para sermos sinceros, exemplificam o que somos, não de uma vez, não singularmente, mas numa mistura incompreensível, pelo menos, para mim.
E ali, numa lanchonete qualquer, sentado ao lado da namorada, bebendo um copo de vitamina, observando todos essas figuras dentro de um contexto tão real e ao mesmo tempo tão fantástico, eu poderia passar horas do meu dia, listando os momentos da minha vida nos quais errei com mais consciência e acertei com menos lucidez.
No entanto, frente ao anúncio de uma notícia cada vez mais comum e nem sempre menos triste, e estando protegido pela presença de um anjo calado, desfiz-me em lágrimas. Chorei por utilidade de me ver triste por necessidade. Verti as lágrimas das quais precisava para me fazer forte.Outras centenas de pessoas já devem ter também chorado na rodoviária. No entanto, pergunto-me: no que seus destinos não-encontrados transformaram as causas de tantas lágrimas? Aguardo as respostas...

Felicidades Eternas e, nos vemos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Não seja igual a todo mundo! Não seja igual a todo mundo!! Não seja igual a todo mundo!!! E cá estou eu fazendo a primeira postagem do meu...da minha...do meu...blog. "Blog, o item pop da net", aquilo que todo mundo tem... No entanto, explico: acredito nessa ferramenta da tecnologia. Um blog tem as suas virtudes, os seus defeitos...Nada é perfeito. Aqui poderei desabafar, contar historinhas, dar notícias, ser legal, ser chato... Aqui poderei ser quem eu quiser da maneira como eu quiser... Já aviso ao caro leitor, contudo, que não verá nada além daquilo que sou porque não consiguiria inventar tanto assim.
Para os meus amigos, aqueles que já me conhecem e me aguentam, isto aqui será mais uma forma de manter contato; vocês saberão o que ando pensando, o que ando fazendo, o que ando querendo.
Para os familiares, vocês verão o quanto eu já cresci, o quanto já amadureci e o quanto da criança, que vocês conhecem, restou em mim.
Para os desconhecidos, espero que seja mais um lugar no qual possamos trocar idéias e emoções. Emoções? Por que não?
Para mim, aqui será um lugar fundamentalmente de autoconhecimento.
Para você que leu esta apresentação, o meu obrigado pela paciência e nos vemos semana que vem, se assim você optar.

Felicidades Eternas e, nos vemos.