sábado, 14 de janeiro de 2006

O enigma da história na realidade

Harry Potter já não é mais o mesmo. O rostinho do menino vislumbrado conhecendo a escola nova é passado. Sua bombástica entrada para o mundo dos bruxos também ficou para trás. Agora todos o conhecemos, seja através do livro, seja através do filme, seja através da net, do game, ou mesmo de um primo ou amigo infeliz que tira um dia por semana para falar como adoraria de ver Rony com a Hermione. Harry e seus amigos cresceram.

Os críticos, influenciados pelo lançamento da versão cinematográfica de “O cálice de fogo”, dizem que o bruxinho agora sofre de adolescência. Eu, no entanto, prefiro tomar como verdade que o real conflito do garoto, além dos embates constantes com Voldemort, lorde das trevas, é a imprensa e esse capitalismo selvagem que teve coragem de transformá-lo em brinde da Folha de São Paulo e tema do mês do Mc lanche Feliz.

Não se pode mais sofrer em paz! O menino, ainda de luto por causa da perda de um amigo próximo, tem tido que viajar o mundo todo por conta da publicação do novo livro. Seus acessores preenchem o tempo que ele tinha para chorar com entrevistas em Fantásticos, lunáticos, gugus e com tradutores tortos que encontram dificuldade em traduzir ‘half-blood” para o Português.

Não se pode mais nem beijar em paz! Potter, adolescente das antigas que ainda sente constrangimento em convidar uma garota para sair, não teve tempo nem para se culpar de não conseguir pegar uma nipônica no seu quarto ano de escola. Os fofoqueiros de plantão já publicaram goela abaixo seu inexistente romance com a senhorita Granger. O jornal de ontem só serve mesmo pra embrulhar coco de cão. Mal sabem que Harry tem vivido um outro amor platônico, o qual ele já se deliciou e já terminou para dar prosseguimento a sua caça a Voldemort e a sua carreira musical, no terceto com Frejar e Júnior Lima.

Harry Potter já não é mais criança. Tem aproveitado seu dinheiro e suas influências, revendo o julgamento de Michael Jackson via penseira e sob o ponto de vista da vítima, e viajando para o Brasil pra ver Stones em Copacabana. Contudo, como só usa a vassoura para o quadribol e não tem idade suficiente para aparatar, foi obrigado a vir de avião!

Hoje, em Londres, ainda cansado de seus últimos compromissos e da idéia de começar o segundo ciclo de aulas do ano letivo, Harry deve estar aliviado e com “um novo ânimo ao pensar que resta um último e dourado dia de paz para aproveitar com Rony e Hemione”, antes do início das gravações de “A ordem da Fênix” e da composição de sua última saga, by J. k. Rowling...



Caros amigos, por falta de vergonha na cara para escrever uma resenha crítica sobre o sexto livro da série Harry Potter, o qual finalizei a leitura há alguns dias, deixei-me escrever um texto ficcional. Não quero, porém, que fique oculto o quanto gostei do livro, o qual só me fez ainda mais fã do bruxinho. um pouco de fantasia num mundo que assusta sempre faz bem, né!!!!!?????

Felicidades Eternas e, nos vemos.

PS: um agradecimento especial a Natalia Rampazo, que me emprestou de bm grado o livro e o lugar físico para lê-lo!!!!!!!!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Apresento-me para a temporada 2006 de postagens e histórias. Adianto-lhes que novidade haverá, no entanto, não faço previsão daquilo que não tenho visão, nem vivência de antemão. Peço apenas que aqueles que sempre entram continukem entrando, e que, juntos, possamos formar uma rede, cada vez maior, de leitores deste gênero tão específico de leitura: o blog.

História musicada da minha vida

Um “MP3 player” de 256 MB é capaz de armazenar aproximadamente 60 músicas de boa qualidade. Na minha mão, um troço desse trabalha em pleno funcionamento contínuo umas três horas por dia, o que possibilita a audição de pelo menos 30 músicas. Munido de um computador, com acesso à Internet (banda larga), e um Kazaa, sinto-me apto a resgatar a trilha sonora de toda minha vida! E exatamente aí que se encontra o problema...

Foi com seis anos que, pela primeira vez, relacionei uma canção com uma paquera. Não me lembro da música, mas tenho em perfeito estado a foto da “moça” na cabeça: seu nome era Taíze, o seu cabelo, docemente encaracolado, a sua voz, agradavelmente rouca. Meu maior objetivo era tocar, ao menos uma vez na vida, aqueles cachos encantadores. Mentira; nem sabia o que era uma menina ainda.
No ginásio, fui introduzido (ou introduziram comigo) ao rock, por meio das FMs Mix, Jovem Pan e 89. Num primeiro momento, confesso que não gostei, principalmente das bandas de fora. No entanto, os ritmos das músicas configuraram-se, ao longo dos anos, como panos de fundo para o meu complexo de relações pessoais e sociais.
Não nos esqueçamos, também, da influência familiar e midiática. Nas minhas veias, correm o tocar das violas do sertão e da melodia melosa do sertanejo pop. Em certos dias, passo cantarolando Leandro e Leonardo ou filhos de Francisco ; bate no lugar do coração, também, o pandeiro e os tamborins do pagodão carioca dos anos 80, e soavam, de vez em quando, as cordas do cavaco dos quintetos juvenis do sambinha paulista da década de 90; não seria necessário falar, mas deixar oculto minha fase do axé e minhas reboladas no funk não quedaria muito sincero.

Resumo da ópera ou componentes do caso: tenho a ecleticidade musical na cabeça, no gosto e no MP3 player. E por quê falo de tudo isso?
Porque vejo no tocar das 60 músicas, as quais classifiquei como portáteis, a contação da história da minha vida. Conclusão: estou enjoado tanto das músicas como das lembranças passadas. Estas, na minha atual opinião, devem ser saboreados no máximo uma vez por ano, em momentos específicos, com companhia especial ou solidão natural. Para o MP3, o melhor mesmo é rodar os hits do momento.

Felicidades Eternas e, nos vemos.