segunda-feira, 22 de maio de 2006

O primeiro encontro

Para melhor distribuição do perfume, sempre passo na mão para que esta faça a exata repartição entre as partes: 15% para as calças, 40% para as camisas e blusas, 40% para pescoço e orelhas e 5% para, nos tempos frios, cachecol.
Todos sabem: o banho deve ser demorado, de água morna, nem quente nem fria... Vale usar todo tipo de produto que estiver dentro do box e, no final, não se pode esquecer de um creme para toda pele e outro para todos os fios de cabelo. Não se preocupem com o nervosismo... passar perfume antes do banho é normal nessas ocasiões.
A escolha da roupa deve ser criteriosa, afinal de contas, ela deve compor com o rosto e as mãos um quadro harmonioso de cores bem balanceadas.
Meu primeiro encontro... momento crucial na vida de um homem! Definimos nele, talvez, até nossa opção sexual. Sofremos desde a escolha certa das palavras erradas para um diálogo sobre o tempo até as centenas de posições as quais nossos braços assumirão encontro estiverem sob as vistas da encontrada.
O primeiro encontro é especial porque ainda tem o pano de fundo da conquista. Entretanto é nele que perdemos o controle da situação para nos deixarmos levar pela emoção. “Será que conquistarei, já que, no mínimo, já estou conquistado? E como farei isso se de nada vale um estrategista de valor no jogo do amor, sendo que fui pulverizado por tal e qual olhar de uma deusa humana?”
O primeiro encontro tem a confortável posição de poder ser o último. Bom para nossa timidez, mal para o coração. Afinal, tornar o primeiro encontro como parte integrante de uma série de muitos é confirmar ser amado ao menos pela primeira vez, dentro de uma seqüência de vezes outras.
O primeiro encontro pode também ser a soma de vários outros: antes amigos, agora namorados; antes namorados para agora, amigos, namorados de novo; antes nada, agora amigos; antes nada, agora namorados...
Meu primeiro encontro... e o teu?

Falem, se não for constrangedor, e deixando de lado a visão induzida orkutiana, do ideal de primeiro encontro de vocês... na próxima semana, eu falo do meu...

Felicidades eternas e, nos vemos.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Escuta o silêncio...

As pessoas andavam constantemente cansadas. O trabalho minava as energias físicas, a falta dele, as psicológicas; a violência testava os limites da tolerância; a correria fazia os relógios biológicos ficarem confusos, e os relógios emocionais, precisando de análise. A vida na Terra não queria mais infância, nem juventude, nem maturidade, nem terceira idade. Ela queria um bando de operários que, qualificados ou não, fizessem o planeta funcionar minimamente em ordem. Não importavam mais as regras de segurança no ambiente de trabalho, nem no de convívio, nem para quem aqui vivesse ou daqui se utilizasse.
Foi então que, pensando em como otimizar a relação com família, namorada, amigos e trabalho, certo sujeito, o qual chamaremos de x, resolveu encarar a sua rotina de vida. De um lado, o jovem franzino e mal-acabado, cheio de limitações e lamentações; do outro, as 168 horas semanais de labuta, estudo, superficial convívio social e pressa.
Ambos sabiam que a força não venceria o embate, mas a rotina contava com a tática do desgaste gradual. Nosso colega desgastado, x, não resistiria e, certamente, se findaria.
Apelando então para aquilo que lhe sobrava de sinapses, ele surpreendeu!
Inventou o silêncio diário e coletivo. Numa certa hora do dia, o mundo deveria calar- se. Não vozes humanas, não barulho de máquinas, não ranger de dentes ou mugir de estômagos, nem rancar de metralhadoras, nem explodir de bombas. Apenas o silêncio...
Nesses momentos, a movimentação deveria se dar dentro de cada um, e em todos. Tempo de fechar os olhos e pensar naquilo que interessasse, ou não pensar em nada. As pessoas passariam a ceder a vez de falar para o próximo, que por sua vez, passaria a vez também. O silêncio passaria à regra e o falar, á exceção. Um imenso silêncio para entender que o palavrão do qual me xingaram foi falado da boca pra fora; a guerra que começou não tem sentido coerente; a criança que está chorando não berra só de fome.
O silêncio seria útil pra eu ouvir o grito de desespero que o mundo solta. O choro por desespero: aquele que mal deixa a gente chorar, apenas dor e angústia. O silêncio seria útil pra acalmar aqueles que se dizem calmos.
X acertou na invenção.
Silenciar. Idéia genial em tempos geniosos.
Mas ninguém nem não silenciou...

Felicidades eternas e, nos vemos.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

O que acontece com São Paulo? Hoje vou ficar em casa!

Felicidades eternas e, nos vemos.

domingo, 7 de maio de 2006

Leituras complementares

É justamente o tempo que eu não tinha que está me fazendo escrever hoje...

Copa do mundo. Coloquei-me na condição pueril novamente; resultado: estou colecionando as figurinhas para o álbum do campeonato mais importante do mundo. E quais são as minhas motivações para tal traquinagem, sendo eu um aluno de segundo ano de um curso de alto nível de uma universidade conceituada? Nostalgia e apreço por qualquer tipo de registro.
Sim. Tenho grandes necessidades de marcar, registrar, ou pelo menos rabiscar, os passos que dou nessa caminhada linear, mas não pouco subjetiva, que nós, seres humanos, temos chamado de vida. E um álbum de figurinha, apesar de praticamente já vir pronto (dependendo apenas da condição financeira pra terminá-lo), é uma forma de registro. Colocamos ali não só lugares, taças, símbolos abstratos de nacionalidades atuais, como também aqueles que provavelmente representam melhor o valor da palavra ídolo para as culturas contemporâneas. Certo ou não, alentador ou desesperador, Ronaldinho Gaúcho com seu futebol-arte implementa o sonho de muita criança por aí.
Entretanto o álbum de figurinhas da Copa do Mundo é apenas um dos quais eu coleciono. E tomem o verbo “colecionar” não no sentido de possuir elementos que apresentam entre sim uma característica comum. Eu coleciono pessoas, lugares e situações, e aí, meu amigo, as divisões, ou “álbuns”, são quase infinitas.
Pessoas boas de lugares ruins em situações estranhas, lugares bonitos sem pessoas nenhuma em situações irritantes, situações patéticas com pessoas confusas em lugares sintéticos, lugares que distanciam pessoas juntas em situações adversas... coleções.
E, com 18 anos, sinto orgulho em dizer que tenho poucas figurinhas repetidas. Estas até posso trocar. Gente com quem eu possa fazer isso é o que não falta. Aliás as pessoas sempre estão abertas à trocas de figurinhas.
Meus álbuns, entretanto, até como conseqüência da minha localização temporal/espacial social, ainda se encontram vazios. Entendo e aceito; satisfeito, porém, não me encontro, e isso garante a minha vontade de viver.
Por isso, se vocês não se importam, continuarei minhas coleções. Ajude-me, aquele que quiser. Quem tiver, por exemplo, sobrando por aí uma figurinha do mascote da copa, já faria uma pessoa muito feliz!

Um agrande braço pra vocês..

Felicidades Eternas e, nos vemos!