quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Um dia eu conversei de, com, para e sobre você. Será que foi bom?

Numa chácara. A grama um pouco úmida, o céu um pouco pálido, a música um pouco alta, eu um pouco triste. Dor de um amor quase, aparentemente, não correspondido. É quando me aparece alguém de quem já gostava, mas não sabia que poderia me ajudar tanto. Uma conversa sincera, inédita e docemente reconfortante.

Na extensão da Arcádia. De noite; prenúncio de aula. Os alunos nas salas, os pais bem longe, o restaurante ainda aberto, a rua quase deserta, a música em silêncio, eu angustiado. Sem emprego, sem uma ocupação integral. É quando eu apareço para alguém com quem já convivia mas não sabia o quão compreensiva era essa pessoa. Uma horinha e muito de palavras trocadas e desabafos largados foi o bastante para me devolverem a dedicação da qual se precisa para a construção e realização de um desejo.

Na Pousada do Sol. Na iminência da meia-noite. Início de semana, aniversário de gente, dia de aula, entrevista na faculdade, noite fria, atmosfera enigmática, eu reflexivo. É quando me aparece alguém com quem me dedico a filosofar sobre as mudanças da vida e sobre a vida de mim: o que é o aniversário? Quais são as intenções do tempo para conosco? O que há de tão esquisito entre o nascimento e a morte?

Exemplos mínimos de um corpus farto.

Com quem conversar quando estou triste?
Alegre?
De bom humor?
Desiludido?
Desesperado?
Decantado?
De cara pro chão?
De peito fechado?
Sozinho no salão?
Com mãos pro alto?
De vítima no assalto?
Com fendas no coração?
De lágrimas nos olhos?
De barriga vazia?
Com esperança tardia?

Para quem silenciar quando o meu objetivo é falar? Falar pra quê quando é o zumbido do silêncio que me resolve os conflitos? Conflitos onde se o apoio do meu amigo é a solução para o problema ainda não resolvido? Amigo pra quem se é antes só do que mal acompanhado?
Todos conversam sozinhos. Portas, plantas, ruas e ratos muitas vezes parecem melhores ouvintes do que um semelhante. No entanto, pergunto-me, já sabendo da resposta: quantas vezes não foi bom ouvir o alguém que se preocupa comigo, dizendo palavras carinhosas e ríspidas para a minha alma um tanto sem referência?

Felicidades Eternas e, nos vemos.

7 comentários:

Anônimo disse...

cara,,, me fazer em comentarios obvios seria desperdicio... e afronta a seu depoimento! apesar de tudo, nao abandone o dialogo, ainda que seja somente no seu interior!!! sê atitude abraçando a fé!!! axo q é isso, pelo menos por enqanto!!!

Anônimo disse...

Conversas... Tenho uma relação conflituosa com elas. As vezes espero muito e recebo pouco (deveria me queixar?), ou não espero nada além do trivial e quando vejo, estou a me dissecar com o outro, dialogando profundamente, seja em madrugadas caminhando (distâncias absurdas) por estradas, salas de TV, estacionamentos, com as mais variadas pessoas (bem conhecidas ou não)...
Não me arrependo mais das conversas que tive. Me arrependeria se não as tivesse. Se não surtiram efeito imediato, ao menos me fizeram pensar. Percebi que nem sempre sou meu melhor interlocutor, pois acho que o fato de eu mesmo chegar a conclusões novas sozinho me exime de tornar prática aquilo que formulei em teoria. Lembro de um professor meu dizendo que o problema de escrevermos e guardarmos nossos textos apenas para nós é que passamos a nos considerar gênios. Palavras e reflexões são assim em parte... mas, embora tenha percebido a importância de dividir reflexões não posso deixar de prezar imensamente meus momentos solitários e silenciosos. Posso não ser meu melhor interlocutor, mas confesso que fui uma das pessoas quem mais me ajudou a me descobrir.
Bem, não escrevi para concluir na verdade, apenas para apontar dois lados. E terminar dizendo que compartilho as mesmas dúvidas. Acho que era isso, mais ou menos...

Anônimo disse...

sem palavras...primero pq todo mundo q comenta aki...e vc...escrevem bem demais pra eu falar alguma coisa sobre oq escrevem...e segundo...pq... nossa...ah...saudades da nossa conversa Alê!!!!! ah...num tenhu oq fala... só q foi muito bom fala com vc! principalmente pq eu num sei oq me levo a te procurar e oq me levo a me senta do seu lado e fala com vc! pq eu so a pior das piores pessoas do mundo pra qnd alguém da chorando!! eu fico nervosa e inquieta...sem sabe oq faze!! e preocupada...e me sinto estranha!! pq eu num tenhu costume de chora mesmo! eu so besta demais pra chora! e pra expressar meus sentimentos reais!! e por essas e por outras...q vc falo com a pessoa errada....na hora errada...tinha tudo pra da errado...e no entando foi a melhor conversa q eu já tive na minha vida! o modo como vc descreveu essa conversa...o modo como essa conversa fluiu...a cartinha q vc me deu no fim da nossa estadia na chácara do gabriel...e tudo, foi muito bom! de uma forma q num tinha como te sido tão bom!!!
ah....achu q so tenhu isso a dizer...e rlx viu...todo mundo tah sozinhu nesse mundo!!! esses dias descobri q a gente é mais sozinhu doq imagina! mas mesmo assim...mesmo sendo tão infinitamente só...as pessoas têm momentos de união...e eles são muito bons! e destes momentos que são feitos a vida! e eles devem ser impulsivos e mau compreendidos...pq são momentos!! mas ficam guardados pra vida inteira!!! de verdade verdadeira...
vc me autoriza a posta seu texto no meu fotolog?? mesmo q num autorize...TO POSTANDO!! huahauauahua
te adoro muito minino!!! vamo conversa hein!!!
bjos e abraços...de alguém cheio de bons e maus momentos...com certeza pessimamente mau (hauhauahua) compreendida...e mesmo com muuuuitas horas idiotas, FELIZ!!

Anônimo disse...

fala Alê!!!
finalmente eu estou entrando no seu flog! e já vi que seus companheiros de curso já estão postando por aqui! valeu Leticia!!! somos dois que não sabemos escrever como esses poetas!!! mas o que importa é a intenção!!!
então Alê, faz tempo que não nos encontramos hein rapaz!!! precisamos marcar um dia!!!
hoje eu passei no Gradual e fiquei um tempo com a Professora Silvana... ela disse que vai ligar prá gente... prá marcar um dia no Shabab´s... provavelmente na próxima semana... vamos esperar!!!
mas precisamos marcar com a turma toda do 13CA! bom, vou jantar agora!!! depois eu escrevo mais coisas!!! abração rapaz!!!

Anônimo disse...

Antes de comentar (o que não vai ocorrer hoje), digo que discordo das pessoas que aqui escreveram. Não estamos sós.

Abraço,
FELICIDADES ETERNAS

Anônimo disse...

Se é melhor desabafar com uma pessoa, contár-lhe nossos pensamentos e sensações ou se fechar em suas próprias reflexões individuais e caladas, eu não sei te responder. Posso simplesmente te afirmar que já provei de ambas as opções.
Talvez no dia em que me calei, o melhor seria eu ter dividido com mais alguém e no dia que falei, ter me calado teria sido mais sensato. Talvez...
Posso afirmar também que, com certeza, na maioria das vezes, escolhi o silêncio. Confirme quem me conhecer. Só mais tarde percebi a diferença entre falar e não falar... Percebi quando senti a necessidade de sentar com alguém e contar detalhadamente cada coisa que pela minha mente passou.
Foi muito bom conversar com todos que conversei. Foi tão bom quanto as vezes que deitei em minha cama e lá perdi a tarde olhando para o teto com a alma no infinito mundo da reflexão...
Independente do destino que damos aos nossos problemas, sentimentos e pensamentos, o importante é nunca ignorá-los. "Perca" tempo remoendo algo em sua cabeça. "Perca" tempo com uma conversa sincera. Faz bem para o espírito...

Anônimo disse...

Ah, quanto ao estar sozinho no mundo, posiciono-me dizendo que chegamos a esse mundo saindo de dentro de uma outra pessoa. Mal existimos e já temos alguém. Há tantas outras pessoas ainda com a qual podemos nos relacionar e descobrir que não somos sós.
Porém, antes de qualqer outro ser que habita esse planeta, antes daquele que consideramos o mais importante em nossas vidas, vem uma pessoa que nunca estará em segundo plano. Essa pessoa é nós mesmos. É o EU. Ninguém no mundo te entende melhor que você mesmo.
Nem aquele que você considera o mais fundamental a sua vida (pode ser um amor, pode ser um amigo ou familiar) decidirá seus caminhos. A última palavra é sempre a sua. A decisão final deve partir de você. E é por isso que estamos sós. As pessoas ao seu redor podem te influenciar, podem tentar te manipular e conduzir, mas você só estará sendo sincero com sua razão e emoção quando tomar a decisão por si só.
É nesse sentido que digo que estamos só. Por mais pessoas que existam no seu mundo, por mais que elas sejam as maiores responsáveis pela nossa formação, não existe nem existirá outra pessoa que fará nosso destino, a não ser nós mesmos...
Precisamos primeiro nos compreender como sós para depois poder aceitar os outros.