quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Em primeiro lugar, muito boa vida para todos. Quero agradecer às postagens e espero que eu consiga atingir os objetivo que listei no "post" passado. Não, Mitiko, não será o texto que lhe falei, mas ele virá...

Onde (não) chorar?

É na rodoviária, talvez, que os destinos de muitas pessoas se encontram. É a rodoviária o momento no qual muitos caminhos se cruzam; no entanto, é da rodoviária, também, que todos seguem suas trilhas sem ter, na maioria dos casos, a percepção da trilha do outro.
Bem acomodado na poltrona de uma lanchonete, na rodoviária Tietê, pode-se encontrar os exemplos mais significativos para ilustrar a trajetória de uma vida:
(1) tem a madame elegante de olhar distante e enojado que afirma de forma objetiva a futilidade de muitos dos nossos discursos;
(2) o homem de terno e gravata que, sem dúvida, chegando de ou indo para uma viagem de negócios representa toda vontade de sermos pessoas importantes, úteis e estáveis tanto para e no meio social quanto, e acima de tudo, para nós mesmos;
(3) tem a criança de olhar perdido que mal consegue processar as cores ou mesmo a diversidade de lojas, e a qual assume o papel de instância que sonha inconscientemente e sabe, de uma certeza quase intrínseca, que verá seus planos concretizados.

Há um sem-número de tipos humanos que, para sermos sinceros, exemplificam o que somos, não de uma vez, não singularmente, mas numa mistura incompreensível, pelo menos, para mim.
E ali, numa lanchonete qualquer, sentado ao lado da namorada, bebendo um copo de vitamina, observando todos essas figuras dentro de um contexto tão real e ao mesmo tempo tão fantástico, eu poderia passar horas do meu dia, listando os momentos da minha vida nos quais errei com mais consciência e acertei com menos lucidez.
No entanto, frente ao anúncio de uma notícia cada vez mais comum e nem sempre menos triste, e estando protegido pela presença de um anjo calado, desfiz-me em lágrimas. Chorei por utilidade de me ver triste por necessidade. Verti as lágrimas das quais precisava para me fazer forte.Outras centenas de pessoas já devem ter também chorado na rodoviária. No entanto, pergunto-me: no que seus destinos não-encontrados transformaram as causas de tantas lágrimas? Aguardo as respostas...

Felicidades Eternas e, nos vemos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Cara, na moral, ja ando chorao demais ultimamente, e com esse seu novo texto nao pude me conter mais uma vez. Como diz uma musica perdida: "nessa vida passageira, chorar sei que é besteira... mas, meu amigo, nao da p segurar!" Me desfiz em mil pedaços, ao ir de encontro à uma de suas frases mais certas, lembrando de meus inumeros momentos nos quais também errei com mais consciência e acertei com menos lucidez! No entanto, ainda bem que podemos chorar... Infeliz daquele(a) que esconde suas lagrimas atrás daquela que é a mais frágil das fortalezas: o orgulho fundamentado na crença uma superiodade, a qual, cedo ou tarde, há de se revelar tão fugaz quanto a própria vida. Choremos entao, sempre e mais, as lágrimas de nossa libertação!

Anninha disse...

E será que alguma vez na vida encontramos nosso destino?
Encontramos sempre muitos caminhos e então escolhemos.Se escolhemos certo ou errado eu não sei... Afinal de contas, o que é certo? O que é errado?

A única coisa que sei é que minhas lágrimas sempre são transformadas em alegria, porque elas libertam a alma e deixam espaço para a felicidade entrar.
Beijo e alegria!

Anônimo disse...

Sinto-me feliz por perceber-me triste às vezes. Vejo a tristeza como um estado de consciência´, qu nos faz atentar, pensar e ver de forma diferente, mesmo aquilo que já vimos antes. Reconheço que por várias vezes me conti quando talvez deveria ter chorado. Mas preferi ficar introspectivo, não revelar externamente meus sentimentos. Digeri-los sozinho, até pelo fato de não ter com quem dividir.
É necessário uma sensibilidade bem apurada para nos emocionarmos com passagens triviais da vida. Mas são em momentos como esse que nos sentimos vivos mesmo!

Anônimo disse...

Nossa, Alexandre!!!! Q tocante o q vc escreveu!!! É mais ou menos assim q tenho me sentido ultimamente!!! Esse seu post me tocou mesmo!!!! Não pensei q vc tivesse tanto talento, não querendo subestimá-lo. Gostei bastante! Parabéns por consegiur nos atingir, é isso q faz de grandes autores, grandes autores!!!!

ps:vc está me insprirnado a fazer um blog tbm!!!!

Beijão

Anônimo disse...

"...no que seus destinos não-encontrados transformaram as causas de tantas lágrimas?"

Talvez simplismente em vontade de viver. Como disse Anna sabiamente ao transbordarmos nossas lágrimas extrapolamos nossos sentimentos e deixamos um espaço para que algo entre. Cabe a nós decidirmos o que vamos querer que nos habite...


Um grande abraço, FELICIDADES ETERNAS.

Anônimo disse...

Oi, Ale.. meio tarde pra comentar, mas achei fantastico o q foi escrito.. principalmente pra quem passa mtas vezes pelas rodoviarias da vida, com ou sem namorados(as). destinos não-encontrados.. humm, acho q prefiro chamar de destinos sendo criados a cada nova viagem.