segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Amor, amizade e morte – tudo misturado agora!


- Ele foi internado na noite de ontem. Parece que o carro em que ele estava capotou logo depois do segundo pedágio da Bandeirantes, voltando pra São Paulo...

- Mas você sabe se ela gosta de você? Ela já deu alguma pista?

- Faz um tempo que a gente não conversa, né...

- Ah... sei lá... acho que não. Mas é por isso mesmo que eu gosto dela. A beleza dela – em toda sua plenitude – existe naturalmente, sem uma razão prática.

- Faz...! Uns três meses, né...

- Isso é tempo demais dentro de uma vida!

- Mas e como ele está?

- Hahahahaha... para com esse papo, vai... Você já passou da idade de ter amores plantônicos!

- Engraçado... os amores pareciam acontecer mais quando eram apenas – não sei se “apenas” é a melhor palavra – platônicos.

- Mas hoje não funciona mais assim. Há interesse? Sim? Então pronto! Acabou! Vai lá, ficam juntos e ponto final.

- Mas acho que pra gente fica sendo uns três dias no máximo, não?

- Hahahahaha... É verdade! E aí? Comprou finalmente seu play 3?

- ... Eu sinto muitíssimo em dizer que ele faleceu, Alê...

- Mas e as cartas, as músicas, a espera, o ficar sem palavras?

- Guarde essas coisas para escrever um livro...


Nos vemos.

7 comentários:

Leandra Marcondes disse...

Alê!
eu adoro esses seus diálogos...
retratam muito bem o cotidiano meio "cruel" da vida...
o misturar de sensações e sentimentos...
pode até parecer confuso, mais é comum...
principalmente esse tipo de conversa, né? vários assuntos ao mesmo tempo... é até engraçado ver...
hauhaua
parabéns pelo belíssimo texto AlÊ (novamente, e eu nãao vou me cansar de falar isso dos seus textos..)

Anônimo disse...

Parecem palavras de alguém que sente muito...seria um término de uma relação séria....ou o término de uma possibilidade de amor que poderia existir (se dependesse de você) e que já não existe mais (por parte do outro)?
Não conhecia seu blog.....gostei.

Alê Vieira disse...

Olá! Na verdade, é tudo ficção... No caso desse post, eu escrevi três diálogos separados - um de morte, um de morte e um de amizade. No final, coloquei as falas de forma aleatório. Todo sentido fica a cargo do leitor...

Volte quando quiser! Você tem blog?

Anônimo disse...

Falas aleatórias? Sim...mas parecem carregadas pelo sentimento do autor. Foi o que compreendi. Só não consegui definir o grau de relação real envolvido. Precisarei pensar sobre isso.
Ainda não tenho um blog...mas penso em criar um. Afinal, desabafos em forma de literatura são sempre bem vindos.
Posso voltar mais vezes, autor?

Alê Vieira disse...

Ahahahaha... de modo geral, as coisas que escrevo aqui são exercícios... há poucas coisas realmente autobiográficas...

como disse, volte quando quiser!! Mas, a propósito, quem é você? ahahahaha...

Anônimo disse...

Nossa, não é o que parece. Acho que encontrei uma literatura autobiográfica, porém não revelada (ou aceita) de verdade pelo autor.
Eu? Sou uma pessoa que gosta de descobrir novas possibilidades, um novo blog, uma nova banda, uma música, um livro. Fiquemos assim. Talvez conversemos pelo seu blog, autor.

Israel Silva disse...

Muuti bom, realmente!