sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quando o humano já não é mais suficiente...



[http://www.nextplan.com.br/page_1178288337765.html - não havia o crédito da foto]

Não sei se nós, seres humanos, somos de fato suficientes para nós mesmos. Quer dizer, nada que a ficção científica já tenho tratado, mas justamente por isso fico me perguntando algumas questões:

1. O quanto de humano há em mim?

2. O quanto precisaria haver para que eu me sentisse plenamente satisfeito com a minha condição?

3. É possível a existência de formas de consciência mais humanas do que a nossa?

Há semanas não consigo me livrar dessas questões. Tenho tetando dividi-las com outras pessoas, mas algumas delas - das questões e das pessoas - me trazem outras questões similares.

Para este universo virtual, segue um fragmento de um conto de Lester del Rey, publicado em 1944. Nele encontramos o que para ou autor seria a primeira centelha humana na fala de um robô: a capacidade de sonhar.

Se por um lado é bonito constatar o que hoje já podemos fazer sem dificuldades, é triste saber que essa capacidade - quer dizer, a ausência dela - pode ser o nosso desaparecimento e, consequentemente, o estabelecimento de uma nova raça que também consiga tornar concreto o que apenas são imagens oníricas.

Dois pontos

(...)

- Aqui podia ter existido uma cidade, mestre, comparável a todas que foram planejadas até hoje. E as pessoas que acompanharam o senhor, nela encontrariam tudo o que seria preciso para passar bem a vida, um porto para outros continentes, um rio para o interior deste aqui, e o terreiro ao lado de lá dos morros para servir de base aos foguetes que se lançariam a explorar novos mundos, disseminados com tanta largueza em torno deste sol e provavelmente parecidos com este. Imagine uma ponte imaculadamente branca ali naquela altura do rio, as residências se estendendo entre os morros, fábricas do lado de lá da curva, um grande parque naquela ilha.

- Uma praça pública ali adiante, colégios e universidades agrupados por perto – Jorgen conseguiu imaginar tudo e por um instante seus olhos se iluminaram, visualizando a magnífica cidade pioneira.

(...)

[Rey, Lester del. Mesmo que os sonhadores morram.]


Nos vemos.

Um comentário:

Milene disse...

Pois é. Novamente surgem minhas conversas com meu mestre... a humanidade não está arraigada na matéria. E lendo o "post" agora lembrei-me de mais uma questão que, obviamente, nos remete às aulas dele rsrs. Primeiro, a descoberta de uma coletividade fora da animalesca, então, a divisão dos âmbitos humanos, família e pólis-social, depois a percepção da capacidade do ser isolado dessas duas, em seguida, a exacerbação da busca pela individualidade e, por fim, o que vemos hoje. Sei que conversaremos muito mais sobre isso. Grande abraço e para ajudar a questionar-se mais ainda sobre esse post, termine de assistir Blade Runner! Bjus