sábado, 3 de dezembro de 2011

Augusto Mendes Ribeiro

No dia em que Augusto Mendes Ribeiro morreu, eu fiquei verdadeiramente triste. Ele era uma ótima companhia. Sobretudo para os momentos ruins! Quando eu estava quebrando a casa porque certa mulher não mais me procurava, ele aparecia com pinga, numa garrafa pet de 600 ml e me convidava a beber até morrer. Eu - evidentemente - bebia duas ou três doses e morria. Ele, quando eu 'ressuscitava' no dia seguinte, parecia ter passado a noite assistindo a filmes cults e comendo alimentos à base de soja.

Eu acho que fazia bem às minhas mediocridades ver o quão bem Augusto Mendes Ribeiro vivia como gente simples.

Aí ele morreu. De verdade. Nem foi da bebida. Até onde sei, parece que foi um atropelamento. Ele também não foi o culpado. Parece que o motorista - esse sim embriagado - avançou no farol vermelho. Às quatro da tarde! Aí ele morreu. Meio na hora, meio no hospital.

Eu acho que pessoas como o Augusto Mendes Ribeiro nem deveriam morrer. Eu deveria! Eu complico demais as coisas; tento adivinhar o futuro; preocupo-me exageradamente com minha imagem; aprendo coisas que nem são pra mim; tenho preguiça... e por aí vai... Já o Augusto Mendes Ribeiro vivia muito bem na sua simplicidade. E se agora ele morre - meio velho, meio novo, meio bêbado, meio bom, meio pobre, meio paupérrimo -, morre como um ser humano inteiro, que a vida toda não se preocupou em forjar as suas metadinhas, senão sendo.

Eu nem sei se adianta essa coisa de dizer em voz alta com fé. Ultimamente tanto a voz alta como a fé têm me faltado. De qualquer forma, Augusto Mendes Ribeiro merece toda a minha metade não afetada por mim: descanse em paz, meu bom amigo!

Nos vemos.

2 comentários:

Anônimo disse...

não gostei, melancolia não combina com vc...

Leandra Marcondes disse...

Alê!
amei!
você simplesmente foi maravilhoso como escritor deste texto. O que eu vejo aqui, é uma tradução.Nela, muitas coisas eu sinto também. Obrigada por encher minha noite com esse belo texto.
nos vemos.
Lee