quinta-feira, 9 de julho de 2009

Literatura policial nas férias

Talvez eu tenha sido um tanto simplista no título do post. Não se trata apenas de literatura policial, mas sim de a literatura policial. Terminei há pouco a leitura de O cão dos Baskerville, de Conan Doyle. Não posso esconder algumas frustrações quanto ao ritmo da narrativa, mas em geral, fazendo um balanço dos aspectos negativos e dos positivos, minha conclusão é de que se trata de um texto muitíssimo bom, eficiente no gênero e nas expectativas no qual se origina!

Vejam esse trecho:

Havia um patear fraco, vivo e contínuo vindo de alguma parte no
âmago da barreira que se arrastava. A nuvem estava a quarenta metros de
onde estávamos, e nós olhamos fixamente para ela, todos três, incertos do
horror que estava prestes a irromper do meio dela. Eu estava junto ao
cotovelo de Holmes, e olhei por um instante para o seu rosto. Ele estava
pálido e exultante, com os olhos brilhando vivamente ao luar. Mas de
repente eles se fixaram em frente num olhar rígido e fixo, e seus lábios
partiram-se, estupefatos. No mesmo instante Lestrade soltou um grito de
terror e lançou-se de bruços no chão. Eu saltei de pé, com minha mão
inerte agarrada à pistola, minha mente paralisada pela aparição horrível que
havia saltado sobre nós das sombras da cerração. Era um cão, um cão
enorme, negro como o carvão, mas não um cão que olhos mortais jamais
tivessem visto. Jorrava fogo de sua boca, seus olhos brilhavam, seu
focinho, pêlos do pescoço e papada estavam delineados em chamas
bruxuleantes. Nunca no sonho delirante de um cérebro em desordem podia
ser concebido nada mais selvagem, mais aterrador, mais infernal do que o
vulto escuro e a aparência selvagem que irrompeu sobre nós do muro de
cerração.


Não esqueçamos também do filme de Sherlock Holmes, previsto para estrear em janeiro do próximo ano Brasil!

http://www.youtube.com/watch?v=QUQbmFAE5WI

Nos vemos.