quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Muito impressionado e aliviado! É assim que me sinto quando da leitura da peça literária que se encontra baixo. Espero que gostem!

Declaração pessoal dos direitos mundanos
De Rosana Hermann.

Eu quero o direito de desligar o telefone sem responder ‘quem era’. Quero fazer cara feia pra quem peida dentro da minha faixa aérea. Quero pular os capítulos chatos dos livros que leio. Quero comer a casca da pizza que meu vizinho deixa no prato. Quero o direito de não ser boazinha, simpática, singela. Quero poder brincar de vaca amarela. Quero distância de todo mundo que é chato.

Quero gargalhar e soluçar no cinema durante comédias e dramas, não necessariamente nesta ordem. Quero o direito de cantar as letras do Djavan, certas ou erradas, junto com o cantor, no show, na televisão, no rádio e até mesmo no karokê, esteja ou não na minha vez. Quero o direito soberano de impedir que me cutuquem para falar comigo. Nenhum ser humano pode ser invadido em suas fronteiras físicas, psíquicas ou espirituais sem consentimento prévio e sem acordo anterior para decidir se a invasão será na sua ou na minha casa.

Quero o direito de errar sem receber um alerta do Windows.Quero escrever no blog todo dia, toda hora, sem me justificar. Quero parar de escrever sem explicar. Quero decidir e voltar atrás, quero prometer para mim mesma e não cumprir, quero me perdoar sem intromissões. Quero decidir ficar dez dias sem Internet e voltar no nono, ou no quarto, ou no segundo dia. Quero poder dizer que não estou quando meu corpo se faz presente, porque para mim ‘estar’ não é só fisicamente.

Quero não-patrulhar e não ser patrulhada. Quero não julgar e não ser julgada. Quero não pentelhar e não ser pentelhada. Quero amar e ser amada. Quero gozar e ser gozada. Quero publicar este parágrafo estúpido sem ser censurada. Quero poder ser estúpida, tanto quanto quero o direito de ser bacaninha. Quero poder cumprir todos os meus compromissos, quero o direito de me esforçar para ser o melhor que eu posso. Quero praticar tudo o que me dá prazer com ou sem talento. Ou não.

Quero acabar esta crônica logo, quero tomar banho, quero ir trabalhar, quero produzir, quero ler os comentários, quero quero quero. Sou cheia de quereres mundanos. Sou louca por direitos, humanos.

publicado no site http://blonicas.zip.net/, dia 24 de novembro de 2005

Felicidades Eternas e, nos vemos.

2 comentários:

Anninha disse...

Também quero tudo isso, e ao mesmo tempo nada disso. Acho que o que eu mais quero é poder ser aquilo que sou, poder mudar de idéia quando quiser sem ser censurada, poder pensar e acreditar nos meus pensamentos sem que niguém tenha nada com isso.
Se tenho quereres mundanos, é porque sou humana.
Um grande beijo!

Anônimo disse...

Eu tenhu a seguinte opinião...
Vc pode tudo isso,só nao faz pq nao quer!!!
Todos esses direitos humanos, quereres humanos, todos são possiveis!!
O único impedimento é a sociedade.
Eh isso mesmo, a sociedade. E quer saber, foda-se a sociedade e as suas regras!!
Vc tem que viver como vc quer, mas respeitando o próximo, claro!!
Nunca se esqueça que o seu direito termina quando começa o do outro!!
Se vc se sente no direito de ficar louco, fique!!O problema eh seu!!
Mas...sinceramente, vc pode tudo !!
Eh soh vc querer!!

Bjao